Gonçalo Barradas, psicólogo e investigador, apresentou um estudo inovador na IV Conferência Internacional sobre Música e Emoções, em Genebra, revelando como o Fado influencia as emoções e o bem-estar dos seus ouvintes.

O estudo baseou-se em 34 entrevistas com amantes do Fado, concluindo que este género musical, tal como é interpretado hoje, desempenha um papel crucial no bem-estar subjetivo das pessoas. Em contraste com a crença comum de que o Fado evoca apenas tristeza, o autor descobriu que as emoções, como nostalgia e tristeza, são essenciais para fortalecer o sentido de comunidade e permitir reflexões pessoais profundas. A nostalgia, induzida pela melodia das guitarras e pelas letras profundas do Fado, proporciona uma forma de catarse emocional, ajudando os ouvintes a lidar com experiências passadas e a evitar erros futuros.

A tristeza associada ao Fado não é vista como negativa, mas sim como uma forma de os ouvintes identificarem e expressarem rapidamente emoções que correspondem ao seu estado de espírito. Esta regulação emocional é vital para equilibrar emoções acumuladas ao longo da vida.

Os elementos fundamentais que contribuem para o impacto positivo do Fado no bem-estar incluem a melodia das guitarras, a profundidade das letras e o talento dos fadistas. Além disso, o ambiente íntimo das casas de Fado e a proximidade entre ouvintes e intérpretes são cruciais para facilitar a partilha de emoções e evocar memórias pessoais que ajudam na regulação emocional dos ouvintes.

Em suma, o estudo de Gonçalo Barradas destaca que o Fado não é apenas uma forma de entretenimento musical, mas também uma ferramenta poderosa para promover o bem-estar emocional. O Fado demonstra o seu potencial único para enriquecer a vida emocional de quem o ouve. Este estudo não só ofereceu novas informações sobre o impacto emocional da música, mas também sublinhou a importância dos contextos culturais e ambientais na experiência musical humana.

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